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Discussões

Dentro do diálogo das vivências dos estudantes LGBTs, ocorreu o compartilhamento de dificuldades relacionadas ao respeito e tolerância dentro de sala por parte dos colegas e dos professores, também em relação à participação ampla em projetos de iniciação científica nos cursos de licenciatura, orientada por profissionais que padronizam os estudantes aptos a participar. Além dessas questões, os estudantes conversaram sobre como essas situações provocam desequilíbrios emocionais como ansiedade e síndrome do pânico, incentivando a evasão intelectual dos estudantes. A conversa permitiu um pensamento crítico dos participantes sobre a realidade universitária e a necessidade de um espaço em que possam discutir ativamente essas questões e encontrar maneiras efetivas de criar políticas de auxílio.

Nesse contexto, as medidas para promover inclusão e permanência serão idealizadas e pensadas pelos participantes com apoio da equipe de psicologia, as ações serão levadas ao CAAF e ao CIP com vias de efetivar e aplicar no ambiente universitário, facilitando a vivência dos estudantes. “A ideia é que com a nossa escuta e com o espaço para vivência e compartilhamentos de afetos e sofrimentos se crie um plano do que fazer para a permanência dessas pessoas na UFG”, afirmou Gustavo.  

UFG Inclui promove grupo de apoio psicológico aos estudantes LGBT na Universidade

Por Cecília Fernandes

Foto: Beatriz de Oliveira

“Os primeiros integrantes do projeto falam sobre suas vivências e discutem as expectativas para o grupo.”

Foto: Beatriz de Oliveira

Ocorreu, no dia quatro de maio, a primeira reunião do grupo de apoio psicológico aos estudantes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais). A iniciativa é um trabalho conjunto entre a Coordenadoria das Ações Afirmativas (CAAF) e a Coordenação de Inclusão e Permanência (CIP) para atender aos alunos cotistas e LGBTs da Universidade Federal de Goiás (UFG). O objetivo é pensar em políticas de inclusão e permanência desses integrantes dentro do ambiente universitário, além disso, as discussões relacionadas à saúde mental desses integrantes farão parte do projeto.


 

Iniciativa busca efetivar planos de auxílio pedagógico e emocional aos estudantes da UFG

“Gustavo de Aguiar Campos, estudante de psicologia e  um dos idealizadores do projeto.”

De acordo com o Relatório de Violência Homofóbica no Brasil do ano de 2013, organizado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SDH), o Estado de Goiás apresentou uma diminuição geral no número de denúncias no Disque Direitos Humano (Disque 100). Os resultados da pesquisa na época demonstram uma diminuição nos casos de violência e homicídio dos LGBTs em Goiás. Essa informação é reforçada pelo Relatório de Pessoas LGBTs Mortas no Brasil, feito em 2017, organizada pelo Grupo Gay da Bahia, que apresenta o Centro-Oeste em segundo lugar no ranking de LGBTfobia no país com 2,71 mortes por milhão de habitantes, mas coloca Goiás como o estado menos violento da região.

Serviço de Psicologia

A equipe responsável pelo grupo de apoio aos estudantes LGBTs é composta pelo mestre em Psicologia e supervisor do projeto, Victor Aurélio Santana, o professor e orientador Fernando Lacerda e os estagiários em Psicologia Comunitária, Gustavo de Aguiar Campos e Karla Graciano, responsáveis pela organização da iniciativa.

Segundo Liliene Rabelo, técnica administrativa da CIP, o serviço de Psicologia existe no programa de inclusão e permanência da UFG desde 2014, entretanto a prática de trabalhos em grupo é nova, sendo o foco dentro do contexto desta ação afirmativa. A partir dessa metodologia, será promovido para o público alvo o fortalecimento emocional e acadêmico, auxiliando-os em sua permanência e em suas vivências na universidade.

 

Expectativas

Para o participante Hendyel Júnior, a iniciativa irá auxilia-lo a compreender sobre seus direitos como LGBT dentro da universidade e da sociedade. Ele acredita que o conhecimento que pode obter desse grupo irá o ajudar a servir de apoio a outros dentro de sua luta pelo respeito e pela segurança desses estudantes.

 “Eu tenho uma visão que esses projetos são solidários, geralmente não têm custo nenhum e eles ajudam as pessoas de uma forma imensa, isso ocorre a partir da solidariedade de cada membro lá dentro”, afirmou o estudante do primeiro período de Ecologia e Análises Ambientais.

Foto: Beatriz de Oliveira

"Quero aprender sobre meus direitos, quero auxiliar na luta que participo”, disse Hendyel Júnior (esquerda).

Organização dos encontros

A ação do UFG Inclui abrange quatro grupos diferentes: estudantes do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação; estudantes quilombolas e indígenas da graduação e da pós-graduação; e estudantes LGBT. Especificamente aos LGBTs, as reuniões ocorrerão toda semana, às 17h30 da sexta-feira, com concentração inicial no Espaço de Convivência, localizado no piso acima do Centro de Convivência. De acordo com a demanda de participantes, novos horários poderão ser abertos e combinados dentro dos grupos.

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