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Cine UFG exibe longa Terra Vermelha na próxima quarta-feira

Quem estiver no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) durante o primeiro semestre de 2018 poderá prestigiar filmes nacionais no cinema de forma totalmente gratuita. É a proposta da Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo, que ocorre no Cine UFG de 16 de março à 13 de julho

Por André Luiz Braga

Foto:Rafael G. Ferreira

 Inaugurado em 2008, Cine UFG possui 156 lugares

      As sessões ocorrem às segundas, quartas e sextas-feiras de cada semana, sempre às 12h e 17h30. Na próxima quarta-feira, 9 de maio, a Mostra exibe o longa Terra Vermelha, de 2008, com direção do cineasta chileno Marco Bechis e elenco com nomes como Matheus Nachtergaele e Leonardo Medeiros.

      Terra Vermelha conta a história de um grupo de índios da etnia Guarani-Kaiowá que vive em uma fazenda no Mato Grosso do Sul, trabalhando como escravos e passando como atração turística. Eles se revoltam e decidem lutar pelas terras de seus ancestrais, dando início a um grande conflito com os fazendeiros.

      O doutorando em Antropologia Social da UFG, Vilmar Martins Moura Guarany, da etnia Guarani-Mbyá, ressalta a importância da exibição deste tipo de conteúdo dentro da Universidade. “É necessário, por se tratar da realidade dos povos indígenas na atualidade. Muitos filmes e livros retratam os índios no período da colonização, sempre no passado, e esquecem que temos praticamente 1 milhão de indígenas na realidade atual.”, diz ele. Com Dissertação de Mestrado em Direito intitulada “Direito territorial Guarany e as unidades de conservação”, Vilmar também vê com bons olhos a exposição do problema feita pelo filme. “Só se respeita o que se conhece, então é preciso divulgar”, completa ele.

 

Formação Superior Indígena

 

      Criado em 2007, sob o nome de Núcleo de Educação Intercultural e vinculado à Faculdade de Letras, o projeto de formação superior indígena da UFG visava inicialmente a formação de professores para o ensino de Língua Portuguesa nas aldeias. Porém, devido à grande demanda de estudantes e também à criação do Programa UFGInclui (abertura de vagas extras para indígenas e quilombolas em todos os cursos de graduação) em 2008, o Núcleo de Educação Intercultural se expandiu. Em 2014, ganhou prédio próprio no Campus Samambaia e foi rebatizado como Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, trazendo em seu nome a palavra Karajá que significa “grande estrela”.

      Atualmente, fazem parte do programa mais de 600 estudantes indígenas, de graduação e pós-graduação, representantes dos povos Apinajé, Canela, Garão, Guajajara, Javaé, Kamaiurá, Karajá, Krahô, Krikati, Tapirapé, Tapuia, Waurá, Xakriabá, Xavante e Xerente. Esses povos são originários de terras que estão em Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Tocantins. O Núcleo Takinahakỹ realiza atividades em conjunto com as Faculdades de Letras, História, Filosofia, Ciências Sociais e outras Unidades Acadêmicas da UFG.

Foto: Rafael G.Ferreira

Núcleo Takinahakỹ é pioneiro em Formação Superior Indígena no Brasil 

Critério

 

      Projetista do Cine UFG, o técnico em audiovisual Nilo Ferreira Borges revela que a escolha dos filmes a serem exibidos é realizada pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). “Eu sou apenas o responsável técnico pela exibição”, diz ele. Por sua vez, a Proec se orienta por uma medida do Governo Federal ligada à Lei de Incentivo à Cultura, popularmente conhecida como Lei Rouanet, pela qual parte do Imposto de Renda é revertida para produções culturais nacionais. “A Lei diz que filmes produzidos com incentivo da Lei Rouanet devem ser obrigatoriamente exibidos em cinemas públicos”, completa Nilo.

      Pró-Reitora Adjunta de Educação e Cultura da UFG, a Professora Flávia Maria Cruvinel fala especificamente sobre a escolha de Terra Vermelha para compor a Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo. “A escolha do filme se deu pela atualidade do tema: o confronto entre índios e fazendeiros, a posse de terra e o uso da cultura indígena ainda como exótica ou selvagem. Pensamos que a UFG, como instituição formadora, deve privilegiar obras que, além da qualidade técnica e artística, discutam temas atuais e que propiciem a reflexão para a construção de conhecimento”, explica a professora.

      Usuária do Cine UFG, a estudante Rafaella Silva Almeida considera importante a exibição de filmes nacionais no local. “É uma forma de valorizar a nossa cultura”, diz ela.

 

Confira a programação da Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo do Cine UFG a partir de 9 de maio:

09/05 Terra Vermelha – 108’

11/05 As Mães de Chico Xavier – 109’

14/05 Tropicália – 87’

16/05 Billi Pig – 96’

18/05 O Palhaço – 90’

21/05 Muita Calma nessa Hora – 92’

23/05 Lope – 110’

25/05 Chico Xavier – 125’

28/05 Lixo Extraordinário – 99’

30/05 High School Musical – O Desafio – 96’

04/06 Verônica – 91’

06/06 O Bem Amado – 108’

08/06 Garapa – 110’

11/06 VIPs – 95’

13/06 A Deriva – 102’

15/06 Bruna Surfistinha – 110’

18/06 Uma Noite em 67 – 85’

20/06 Cinco x Favela, Agora por Nós Mesmos – 99’

22/06 Gonzaga de Pai pra Filho – 130’

25/06 A Erva do Rato – 82’

27/06 O Diário de Tati – 92’

29/06 Transeunte – 100’

02/07 Os Penetras – 95’

04/07 Tempo de Paz – 81’

06/07 O céu sobre os Ombros – 71’

09/07 Xingu – 103’

11/07 E aí… Comeu? – 104’

13/07 Feliz Natal – 104’

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