Em roda de conversa professor Alex Ratts fala sobre saúde mental dos docentes da UFG.
Evento aborda de forma participativa o tema amor, saúde mental e trabalho
Por Rafaela de Lima dos Anjos
Foto: Caio Henrique
O professor Alex Ratts alerta para os riscos da falta de diálogo entre profissionais da educação
“O cartaz tem uma canção sobre amor, eu vou falar sobre trabalho, saúde mental e amor.” Disse o professor Alex Ratts do Laboratório de Estudos de Gênero Étnicos Raciais e Espacialidades da UFG (LaGente) ele se refere a canção “O Sal da Terra” de Beto Guedes e Ronaldo Bastos que está no banner de divulgação do evento. O professor guiou a roda de conversa que ocorreu nessa quinta feira 3 de maio no Pátio das Humanidades da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). Essa é uma das atividades da programação da Semana das Trabalhadoras e Trabalhadores realizada pelo Departamento de Recursos Humanos da UFG (DDRH) em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico administrativo das Instituições de Ensino Superior de Goiás (SINTIFES-GO).
Para o professor Alex Ratts é fundamental que os profissionais da educação e estudantes parem para conversar sobre esses temas, muitas vezes considerados tabus. A exigência de produtividade de docentes é causa de relatos de adoecimento pessoal dos professores. Um desses relatos foi feito por Juliana Ramalho Barros, professora de Climatologia do Instituto de Estudos Sócios Ambientais (IESA/UFG) que disse “É que às vezes somos apenas o nosso currículo Lattes.” A professora estava presente no evento e apontou que na universidade há assédio moral constante e silenciamento.
Foto: Caio Henrique
Atitudes de afeto e empatia foram características marcantes no evento.
A coletividade foi uma das características da roda de conversa, o relato como o da professora Juliana foi um exemplo dessa identificação e empatia com o assunto abordado. Já que no formato de microfone aberto, os espectadores tinha a oportunidade de opinar. Jessyka Moreira Martins estudante de Jornalismo e espectadora do evento percebeu que a coletividade foi uma esfera muito estimulada na fala do professor Ratts “É bom entender que todos precisamos de ajuda, é que essa ajuda se torna fundamental principalmente advinda de pessoas que você possui certa convivência.”
Um evento democrático
Com palestras, rodas de conversas e debates de filmes, pautados na participação e democratização das atividades propostas a “Semana das Trabalhadoras e Trabalhadores” demonstrou no próprio nome a dimensão de gênero é valorização das mulheres. A semana também tentou destacar os trabalhadores terceirizados. Dorivan Borges Filho, coordenador de provimento e movimentação do DDRH UFG disse que o evento visou também escutar esses trabalhadores, conhecer seus cotidianos, eles que tem um vínculo tão frágil com a universidade e que muitas vezes são invisibilizados.
A maioria da programação da semana foi realizada em espaços abertos, como nos pátios externos da Faculdade de Direito da UFG e no Pátio das Humanidades Campus II, ali onde está ocorrendo um processo de ocupação. “Estamos tentando junto a um grupo que está pensando a universidade, ocupar lugares como esse principalmente por conta do tráfico de drogas, das questões ligadas á violência dentro do campus”, afirma Dorivan Borges Filho.