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SMT multa no Campus Samambaia e gera insatisfação interna

São 55 multas desde o início do ano

Por Laura Magro

Foto: Giovana Paula Oliveira Correia

Via de mão dupla acaba se tornando de mão única por conta de carros estacionados irregularmente

  Desde o início do ano, agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) já aplicaram 55 multas no Campus II (Samambaia) da UFG, em Goiânia, a veículos estacionados em vias próximas aos prédios de aula, do Restaurante Universitário (RU) e Alameda Palmeiras, causando insatisfação entre os estudantes e servidores da universidade.

  Discentes, docentes e servidores, que param seus veículos diariamente nesses locais, não ficam satisfeitos com as ações da SMT. Para evitar estacionamentos distantes e cheios, assaltos e atrasos, deixam seus veículos nesses locais, como a maioria das pessoas, mesmo conhecendo as leis de trânsito.

  Esaú Alves Pereira, 19, estudante de Ciências Econômicas, é um dos motoristas que foram autuados e se queixa. Foi multado em frente ao Centro de Aulas Baru (CAB), no dia 25 de abril, quando deixou o carro estacionado ao lado do canteiro central. Para ele, as ações da SMT dentro do Campus não são eficazes, além de faltar sinalização em alguns locais.

  No entanto, há no Campus diversos estacionamentos e vagas para carros e motos. Beatriz Reganassi Okumura, 22, também estudante de Ciências Econômicas, nunca foi autuada, mas conhece pessoas que já o foram. “Não estaciono mais no canteiro central, onde eles mais multam, e, por precaução, nem na avenida. Como vou há aula pela manhã, prefiro deixar no estacionamento.”, diz. Ela conta que veículos estacionados nas vias, principalmente em esquinas, atrapalham muito o fluxo de carros e coletivos, e que as ações dos agentes, nesses casos, melhoram o tráfego.

Atuação

 

  De acordo com dados da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), das 55 multas no Samambaia, 37 são por estacionar ao lado ou sobre o canteiro central, 17 por estacionar em local proibido pela sinalização e 1 por dirigir segurando telefone celular.

  Estacionar em local proibido (infração média), ao lado do canteiro central (infração grave) ou na esquina (infração média) custa ao motorista entre R$130,16 e R$195,23 reais em média, podendo gerar de 4 a 5 pontos na carteira e remoção do veículo do local, como consta nos Artigos 181 e 193 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

  Os agentes da SMT são vistos no Campus em horários diferentes pelos estudantes. A maior parte, no período noturno, quando o estacionamento irregular nas ruas é mais frequente, grande parte pela insegurança que o local traz com o pouco movimento de pessoas, iluminação externa e vigilância.

  Segundo o Secretário de Segurança da UFG, Professor Ricardo Barbosa, não foi solicitado oficialmente à SMT para que atuasse internamente no Campus Samambaia. “Como o Código de Trânsito Brasileiro vale normalmente dentro das nossas dependências, a SMT tem autonomia para fiscalizar dentro do Campus”, afirma.

 

Insegurança

 

  Com medo de terem seus veículos furtados ou serem assaltados ao andar até os estacionamentos, um pouco mais distantes, os estudantes estacionam irregularmente, mesmo que isso infrinja o CTB e tal individualismo coletivo entre os motoristas gere dificuldade no tráfego de veículos no Campus, tanto entre carros, quanto ônibus e pedestres.

  Segundo dados da Gerência de Segurança Institucional da UFG, assaltos a mão armada dentro do Campus II aumentaram 115, 4% até abril de 2017, comparados entre os anos de 2015 e 2016. O percentual de arrombamento de veículos caiu 90,9% e de furtos 25%. Tais dados não geram conforto entre os estudantes.

  A Universidade firmou um Acordo de Cooperação com a Polícia Militar (PM), que atua na área do Campus Samambaia e arredores, por meio de patrulhamento motorizado, desde o dia 30/10/2017, com foco especial em pontos de ônibus, estacionamentos, locais mais afastados e mal iluminados. O objetivo é inibir furtos, assaltos e o tráfico de drogas. O aplicativo Minha UFG permite que denúncias sejam relatadas no momento de uma ocorrência, enviando a informação aos seguranças da UFG que acionam a patrulha universitária da PM para o local.

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