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ESTUDANTES GARANTEM QUE CURSO SOBRE GOLPE DE 2016 NÃO É PARTIDÁRIO

Com direito ao certificado, o debate conta com a participação de professoras da Faculdade de Educação

Por Francisca Patrícia de Souza Silva

 Foto: Taissa Gracik

 Mudanças no plano de governo não agradam a maioria

A Faculdade de Educação (FE) da Universidade Federal de Goiás utilizando-se da autonomia da Universidade, promove no próximo dia 10, (quinta-feira), um novo debate do curso, de caráter optativo, intitulado "O golpe de 2016 e a universidade pública".


O convite foi publicado na página oficial da faculdade. De acordo com a programação divulgada, a mesa será composta pelas professoras Marília Gouvêa de Miranda, doutora em História e Filosofia; e pela professora Karine Nunes de Moraes, doutora em Educação e membro da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae). O debate ocorrerá no miniauditório da FE e terá duração de 2 horas, com início às 9 horas da manhã. Os participantes terão direito a receber certificado.
 

“O Golpe de 2016 e a Universidade Pública"

O curso de caráter optativo está acontecendo na UFG desde o dia 16 de Março e desde então é alvo de críticas e especulações. No dia 22 de Março 2018 o Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal de Goiás uma investigação para apurar se o curso criado pela UFG estaria revestido de caráter partidário, a favor do Partido dos Trabalhadores (PT).

Em entrevista á Agência Moara, a bacharel em Direito, discente do curso de Pedagogia(FE) e membro do CA Paulo Freire,  Deborah Teodoro, afirma que a investigação em curso é desnecessária."O MP está gastando forças e energias à toa, gastando tempo e dinheiro do Poder Judiciário, para investigar um assunto que está sendo debatido abertamente, dentro da legalidade e dentro dos poderes e autonomia que os professores e a Universidade gozam dentro do espaço público".


Quando perguntada se o MPF pode interferir na autonomia da Universidade, a advogada acrescentou que é legítimo questionar a Universidade diante de um clamor popular, mas que tal questionamento jamais poderá interferir na autonomia da Instituição Pública de Ensino Superior.“O questionamento pode vir de diversos aspectos, de várias maneiras. É um questionamento legítimo porque ele veio de um clamor popular, mas esse clamor popular não chega até a sala de aula, não chega até o miniauditório da UFG para debater e escutar sobre esse assunto..."

Conversamos com alguns estudantes que participaram do curso. Os relatos sobre os debates foram bem parecidos. Segundo a discente do curso de Pedagogia(FE) e membro do C.A Paulo Freire, Ana Paula Silva, o debate foi democrático, não havendo apenas partidários petistas. “Inclusive, nas palestras em que eu estive presente alguns alunos levantaram esse argumento de que não era golpe . No debate, a professora Miriam Bianca, que esteve compondo a mesa, criticava bastante o posicionamento da Dilma e do Lula, trazendo um ponto de vista que, até então, não estava sendo muito evidenciado. Ela não era uma defensora da inocência da Dilma e do Lula, porém também não era uma defensora assídua de que o impeachment da presidenta seria a solução para tudo.

 

Teve, sim, posicionamento da banca de apoio ao PT. Porém, inúmeros outros professores que não são partidários do PT, que tecem diversas críticas em relação ao partido e aos candidatos em questão, participaram também do debate. Então não foi um debate de mão única, por assim dizer, fazendo a propaganda entre aspas para o partido; foi algo bem democrático como a gente vê em diversos outros cursos e palestras da Universidade. Houve abertura para opiniões divergentes, respeitando, obviamente, princípios básicos como os Direitos Humanos. E o que foi muito construtivo foi o que o próprio nome diz: debate". 

 Foto: Taissa Gracik

A área da Educação foi uma das mais prejudicadas após o Impedimento da presidente Dilma Roussef.

Já a discente de Pedagogia (FE) Aline Araújo, pontuou que não há neutralidade em nenhuma esfera da sociedade. Segundo ela, não se deve tirar conclusões sobre o curso, sem ao mesmo conhecer do que se tratam os debates." O que me motivou a participar do evento foi a curiosidade acerca dos argumentos que seriam usados pelos palestrantes para fundamentar o posicionamento da afirmação de que ocorreu um golpe de Estado em 2016.

 

E o que me surpreendeu foi perceber posicionamentos contraditórios em relação a presidente, mas que concordavam na configuração do golpe, ao considerarem os retrocessos nas políticas sociais e, principalmente, no tocante aos cortes e congelamento das verbas para educação. Não dá para dizer que existe neutralidade, porque falar de neutralidade nesse cenário ou em qualquer outro é uma hipocrisia, agora dizer que é propaganda também é uma afirmação sem fundamento."

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