Simpósio em Goiânia discute nanotecnologia
Partículas nano estão presentes em celulares, caixas de som, cosméticos e em óculos de sol polarizados onde são responsáveis pelo efeito antirreflexo.
Por Lígia Fernandes
O Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG (IPTSP) deu início,no dia 16 de maio, ao segundo Simpósio de Nanotecnologia e Saúde Ambiental (IINanoSa) que dura até o dia 19 do mesmo mês, realizado no auditório do IPTSP, no Setor Universitário, em Goiânia. O evento conta com palestras, mesas redondas e minicursos ministrados por professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e convidados de outras universidades, com o objetivo de discutir e propagar informações presentes em estudos acerca da aplicabilidade da nanotecnologia no tratamento de doenças e em questões de cunho ambiental.
A palestra de abertura do simpósio foi ministrada pelo Prof. Dr. Ricardo Bentes, atualmente coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia na área Nanobiotecnologia e professor titular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília. Tendo como linha principal de pesquisa o uso da nanotecnologia no tratamento de doenças, o professor conduziu uma discussão de aproximadamente 1 hora e 30 minutos acerca do tema “Aplicação da nanotecnologia no tratamento de doenças microbianas”.
Foto: Sara Andrade
A estrutura do Instituto de Patologia conta com três laboratórios equipados. Esses ambientes são abertos para pesquisas desenvolvidas por professores e estudantes acerca do comportamento e do tratamento de doenças tropicais.
Benefícios
A nanotecnologia é o aproveitamento da capacidade que partículas nano, ou seja, de tamanhos moleculares, apresentam de mudar suas propriedades físicas e químicas para o desenvolvimento de estruturas presentes no celular, nas caixas de som e em cosméticos. Nos óculos de sol polarizados, por exemplo, uma fina camada de partículas nano é a grande responsável pelo efeito antirreflexo.
Uma das importantes aplicabilidades da nanotecnologia é no tratamento de doenças microbianas. O Prof. Dr. Ricardo Bentes explica que a nanociência possibilita o uso de uma menor quantidade de remédios no tratamento de doenças ao auxiliar a chegada deste fármaco até o microrganismo causador, facilitar sua absorção e protegê-lo de possíveis degradações, diminuindo drasticamente os efeitos colaterais de remédios utilizados no tratamento de doenças como o câncer.
Os estudos voltados para a aplicabilidade da nanotecnologia no tratamento de doenças são relativamente recentes, tendo ganhado força entre o final do século XX e o início do século XXI. Entretanto, ainda hoje eles encontram certa resistência por parte do público, devido à falta de conhecimento sobre o assunto. “No geral as pessoas têm medo do que desconhecem”, afirma o Prof. Dr. Ricardo Bentes, que destacou a importância da realização de simpósios, como o organizado pelo IPTSP, e de uma comunicação efetiva entre a comunidade científica e a sociedade por meio da difusão de informações nas mídias sociais, usando uma linguagem acessível para a população em geral.
foto: Sara Andrade
Com ingressos a 55,00 reais, cerca de 40 pessoas compareceram à palestra. Entre eles, muitos estudantes de outras cidades, como São Paulo-SP e Jataí-GO.