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Rodas de conversa discutem saúde mental e participação universitária

Rodas de conversa para ouvir as demandas e montar grupos que irão discutir saúde mental e participação de alunos de graduação indígenas, quilombolas e participantes do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) ocorreram no último dia 3 de maio, quinta-feira, ás 13h30 no gramado em frente ao Centro de Convivências.

Por Caroline Giordana Pereira Camelo

 Foto: Gianna Clara Moreira

 Alunos indígenas e quilombolas falam sobre suas demandas.

  As duas rodas de conversa promovidas pela Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF) e Coordenação de Inclusão e Permanência (CIP) da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram guiadas pelos estagiários de Psicologia Comunitária, Gustavo Aguiar de Campos e Karla Graciano Ribeiro, com orientação do professor Doutor Fernando Lacerda Junior. As conversas foram divididas em dois momentos, de 13h30 até 14h30 e de 14h40 às 15 horas. Primeiro houve a participação de indígenas e quilombolas ingressantes pelo UFGInclui. No segundo momento, houve a participação dos alunos do PEC-G.

 

  Ambos os diálogos foram para pensar a estadia e qualidade de vida destes alunos no espaço da universidade. FOi montado um cronograma de encontros semanais para prosseguir discutindo essas questões em conjunto. De acordo com o doutor Fernando Lacerda Junior, a ideia da reunião é trabalhar as ações do UFGInclui e discutir formas de receber pessoas que não estão na universidade, fazendo projetos conjuntos. “Pensar algo mais amplo”, disse. “Nossa universidade tem muito a aprender para ser mais inclusiva”, ponderou. Segundo ele, é importante começar a criar respostas e mecanismos para evitar conflitos e dificuldades.

 

Dificuldades

  A maioria das queixas desses estudantes diz respeito às dificuldades que enfrentam com a linguagem, a alimentação e a convivência de um modo geral. “A maior dificuldade, no inicio, é não conhecer a faculdade. Para permanecer não basta querer, tem que ter criatividade. É uma realidade muito diferente”, relatou a quilombola Giane.

 

  Ao ser perguntada sobre as principais dificuldades de ingresso, a indígena Paula Ubirajara, estudante de História, explanou: “Muito difícil para entrar, o UFG inclui abriu muitas portas”. De acordo com ela, para o indígena a vivência é complicada, ocorrem desistências por não saber falar corretamente um idioma que não é originário de sua população, “está sendo uma aventura”, conclui.

 

Importância das cotas

 “Cotistas têm muito a contribuir conosco”, disse a doutora em Antropologia Social, Suzane de Alencar Vieira, professora da UFG e Coordenadora de Inclusão e Permanência, na roda de conversa sobre a importância das cotas.

 

  Evariste, ingressante pelo PEC-G para cursar biologia, qualificou a iniciativa de pensar as necessidades desses grupos de estudantes como positiva. “É uma boa iniciativa para melhor conhecer as pessoas e dar apoio. É uma boa ideia saber sobre nós, geralmente não só sobre africanos, mas sobre todos os alunos do PEC-G para saber como eles estão vivendo aqui dentro da universidade, quais são os problemas deles e com isso o governo e a coordenação podem amparar a gente”.

 

UFGInclui e Prograd

  O Programa UFGInclui gera uma vaga extra em cada curso onde houver demanda indígena e quilombola, bem como para candidatos surdos na graduação Letras Libras, quando oriundos de escola pública, de acordo com o portal da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Já o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) oferece a estudantes de países em desenvolvimento, com os quais o Brasil mantém acordo educacional, cultural ou científico-tecnológico, a oportunidade de realizar seus estudos de graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras.

 

  O estagiário Gustavo Aguiar de Campos define o projeto como um grupo de acolhimento e trabalho que irá funcionar a partir das demandas dos alunos, seja demandas de estudo, convivência ou financeira. As rodas de conversa serão feitas em grupo para que as necessidades de um sejam refletidas por todos. “Trabalhar com outras comunidades é muito rico para nossa formação”, afirmou Karla Graciano Ribeiro, estagiária.

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