UFG paga dívida remanescente de 2017 com recursos de 2018
Os débitos que vem sendo acumulados desde 2014 resultarão, neste ano, no contingenciamento dos investimentos na Instituição.
Por Airton Alves Jordão
Foto: Rauane Rocha
Edifício de Engenharia Mecânica está com obras paradas em razão do corte de recursos que a (UFG) vem sofrendo desde 2014.
A Universidade Federal de Goiás vem sofrendo cortes no orçamento desde 2014. Por isso, para efetuar o pagamento de sua dívida –cerca de 17 milhões- a instituição está usando a verba de 2018 para sanar a dívida de 2017.
Estudantes, professores e funcionários da Universidade relatam já haver redução em materiais laboratoriais e cortes de bolsas de iniciação à docência, este que é um programa do Governo Federal. O cronograma de obras em construção no campus da Universidade também sofre com atrasos e paralizações, como é o caso do edifício de Engenharia Mecânica, no campus Samambaia, em Goiânia, que está com as obras paradas por falta de verba. Em entrevista ao Grupo Jaime Câmara, o reitor da UFG, Edward Madureira, informa: “Hoje ainda faltam cerca de 45% para concluir. O valor total da obra é de aproximadamente R$ 5,5 milhões”. A UFG ressalta que os alunos não estão sendo prejudicados, apenas não contarão com novo espaço para o ensino.
Nesta semana, a Coordenadora de Orçamento da UFG, Cassia Duarte, ao ser questionada sobre as questões financeiras da Universidade respondeu: “A dívida do ano de 2017 está sendo paga com os recursos de 2018, não há outra forma de isso ser feito. Até a data, já empenhamos o valor total aproximado de R$15,5 milhões. As principais despesas envolvem contratos de terceirização de mão de obra e energia elétrica.”
PEC dos gastos
Um dos fatores que pesam na redução do investimento nas Universidades Federais no Brasil é a PEC do teto dos gastos públicos, aprovada em 2017, que prevê que os investimentos só serão atualizados conforme a inflação do período. Os limites serão corrigidos pela inflação (IPCA) acumulada em 12 meses até junho do ano anterior.
O Ministério da Educação (MEC), afirma que o repasse de verba para 2018 é superior que 2017 que passou de 137,4 milhões para 146,7 milhões. Apesar do aumento de verba, para o reitor da Universidade há insuficiência: “Porque tem correção nos preços que a universidade pratica, por exemplo, em contratos de vigilância, limpeza, energia elétrica, tudo isso tem correção. Mesmo mantendo o desempenho, vai ter uma queda porque os custos aumentam” afirma.
O reitor da UFG, Edward Madureira, reitera também que a perspectiva para esse ano é ainda mais grave que a do ano passado. Em setembro de 2017 a UFG já não possuía verba para custear despesas básicas: “Isso vai se repetir esse ano com maior gravidade, porque na prática o orçamento para administrar é menor que no ano passado”, expõe.