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Shows de Bossa Nova são realizados em parques e bosques de Goiânia

Com a intenção de resgatar a Bossa Nova, o músico Antonio Carlos Hanig idealizou o projeto Caminhando com a Bossa, que foi aceito e financiado pelo Fundo de Arte e Cultura

Por Rafaela Rocha

 Foto: Laura Chaud

A apresentação ocorreu  no parque Vaca Brava no sentido Av. T-15. Os convidados eram os que passavam. Lá recebiam a programação pelas assistentes da produção Hanish

 Às 10h do domingo, 17 de junho, era possível ouvir um tímido combinado de sons começando no parque Vaca Brava, era uma mistura de violino com bateria. Às 10h10min já se ouvia o ritmo saindo dos instrumentos de corda e já se conseguia diferenciar o violino do violoncelo. Alguns que se exercitavam no parque já distribuíam olhares de atenção. Foi então às 10h15min que foi anunciado, para aqueles que já tinham sido curiosos o suficiente para sentar e admirar ao que acontecia ali, que estava prestes a começar o Caminhando com a Bossa.

  O projeto Caminhando com a Bossa é um evento que foi iniciado no dia 03 de junho no parque Flamboyant. Sua estreia foi do mesmo jeito que no Vaca Brava: parando aqueles que queriam descobrir o que estava acontecendo. Com a proposta de unir instrumentos da música clássica erudita (o violino, viola e o violoncelo), o Caminhando com a Bossa está levando para os parques a junção dos instrumentos de orquestra com a música popular, a Bossa Nova. A fim de reviver esse estilo musical e atrair mais o público jovem, a Secretaria de Estado de Educação Cultura e Esporte (Seduce), o Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás e o Governo de Goiás financiaram o projeto para que aconteça em parques, bosques e instituições de apoio social.

  Antonio Carlos Hanig, o violinista e produtor, conta sobre o privilégio do projeto ter sido escolhido e a proposta que o evento tem: “busquei os profissionais, conversei com cada um e a gente escreveu o projeto no Fundo de Arte e Cultura. Tivemos o privilégio de ele ser aceito. Queremos difundir e resgatar a Bossa Nova para a formação de um novo público”, disse o produtor. Com mais nove apresentações previstas, nas quintas-feiras em instituições sociais e nos domingos em parques e bosques, o Caminhando com a Bossa leva a mistura da música clássica, à percussão e à música popular para diversos cantos de Goiânia.

 Os músicos Wesley Santana (violino I), Antonio Hanig (violino II), Isaias Tavares (viola), Gustavo Santos (violoncelo) e Wallace Patriarca (percussão) compõem o grupo do “Caminhando com a Bossa”. As apresentações são gratuitas e livres para todas as idades. “Usar instrumentos eruditos, como o violoncelo e o violino, e juntar com a bossa é a proposta do projeto”, contou o músico Gustavo Santos.

Resgate

  O cerimonialista e organizador do evento, Ricardo Souza, explicou que o evento é um resgate desse estilo musical. “Poucas pessoas conhecem a Bossa Nova. Quem tem mais de 40 ou 50 anos tem um conhecimento maior, mas um jovem de 10 a 20 anos não conhece muito desse estilo”. O objetivo é atingir novas gerações para formação de um maior público que possa perpetuar a música.

 Foto: Laura Chaud

A presença do público mais jovem foi daqueles que estavam acompanhados de responsáveis que já conheciam a Bossa Nova e pararam para escutar a música

Música de Elite Velha? 

  Gerada no final da década de cinquenta pela classe média carioca e pelos universitários, a Bossa Nova trouxe com ela diversos tipos de pensamentos, e um deles foi de que ela seria música de elite. Essa ideia surge pela apropriação de estilos musicais estrangeiros, como o jazz, e pelo nascimento ser nas orlas do Rio de Janeiro.

 Porém, o projeto Caminhando com a Bossa não quer manter a música apenas nos centros culturais e elitizados. A proposta é levar o gênero para partes mais periféricas de Goiânia. “Buscamos regiões mais afastadas dos grandes centros culturais também, como o Parque Leolídio Di Ramos Caiado, no Goiânia 2, e o Bosque Bougainville ‘A’, na chácara do governador, para buscar ser mais democrático na distribuição do produto cultural”, contou o músico Antônio Hanig.

  O violinista também brinca falando que muitos acreditam que é música de “velho”. Por ter sido criada na década de 50 e não ter sido continuada expressivamente por novas gerações do MPB, a Bossa Nova acabou restrita apenas àquele grupo de pessoas. “O pessoal brinca falando que é música de velho, mas não, é uma música mais antiga e a ideia é resgatar nossa boa música”, disse Antonio.

 Foto: Laura Chaud

A bossa nova traz os acordes sincopados do jazz e os encaixam no balanço do samba

Os Caminhantes do Parque

   “A proposta é ser algo simples, é para as pessoas se sentirem livres, um caminhar com a Bossa”. Essas foram as palavras do organizador do evento, Ricardo, que já tinha como público aqueles que simplesmente estavam passando no local enquanto o som acontecia. “Não sabia que o evento ia rolar. Pela curiosidade eu parei, porque vi eles montando e perguntei. Eu gosto muito de Bossa Nova, acho muito agradável aos meus ouvidos’, confirmou a professora Tania.

 

A Programação

 O Caminhando com a Bossa está dividido em dois dias da semana e vai ter apresentações até agosto. O evento se divide em dois tipos de séries: a dos parques e bosques, que vai ocorrer todo domingo às 10 horas da manhã com duração de 60min, e das instituições de apoio social, nas quintas-feiras, às 16h, com duração máxima de 45min.

  O repertorio tem base em clássicos do MPB, como: Tom Jobim, Chico Buarque, Ary Barroso, Pixinguinha, Marcos Valle. O acompanhamento do show é feito pela programação que é distribuída na hora e que contém as músicas que irão tocar, compositores e um pouco da história da bossa.

  Os próximos eventos serão: no dia 01 de junho, no parque Campininha das Flore, e no dia 5 de junho na Casa Silvestre Linares, um centro de apoio e saúde para idosos em Aparecida de Goiânia.

 

Planos para o Futuro

  Ainda na segunda apresentação da estreia do projeto, o cerimonialista já conta um pouco sobre a segunda edição que vai ocorrer em 2019. “A segunda edição do projeto, prevista para o ano que vem, pretende contemplar cidades do interior do estado de Goiás. Estamos pretendendo levar para Caldas Novas, Trindade, Anápolis, Pirenópolis, Cidade de Goiás”, revelou Ricardo Souza.

 Foto: Laura Chaud

O grupo de músicos, da esquerda para direita tem o Wesley Santana, Antonio Hanig, Wallace Patriota, Isaias Tavares e Gustavo Santana. Último momento da apresentação, em que o público pede bis da música “Aquarela do Brasil”

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