Projeto Travessia abre inscrições para preparatório de mestrado na UFG

  Na modalidade presencial, o curso consiste em aulas de segunda a sexta-feira, no período noturno, que se destinam, de forma totalmente gratuita, a estudantes negros, indígenas, quilombolas, LGBTTQI e egressos de escolas públicas. O objetivo é propiciar a esses grupos historicamente marginalizados da pesquisa brasileira o acesso a curso de Mestrado.

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  Para concorrer às vagas para as aulas, que se voltam ao preparo para o ingresso no Mestrado, esses estudantes devem estar cursando o último ano da graduação ou já ter concluído o ensino superior. Será exigido do(a) cursista a participação em algum dos grupos de estudos existentes na Universidade Federal de Goiás (UFG) ou em outras Instituições de Ensino Superior, preferencialmente voltados para a discussão das temáticas étnico-raciais, de gênero e sexualidades.

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  O curso é oferecido por um grupo de estudantes de pós-graduação e professores, com apoio do Núcleo de Estudos Afrodescendentes e Indígenas (NEADI) da UFG e em colaboração com o Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Diferença da (FIC) Faculdade de Informação e Comunicação  (Pindoba), o Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-raciais e Espacialidades da UFG (LaGENTE-IESA), além de outros núcleos de pesquisa, também da UFG.

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  Cursos preparatórios semelhantes a esse já são aplicados em outras universidades, como por exemplo na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Já para os estudantes da UFG é uma novidade, pois é a primeira vez que o curso será ofertado.

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Projeto

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  O curso preparatório faz parte do projeto Travessia, da UFG, que é uma iniciativa de ação afirmativa cujo objetivo é viabilizar o acesso de estudantes com condições de competição menos favoráveis à pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado.

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  A bibliotecária, e também coordenadora do curso preparatório, Elizangela Gomes, alega: “Senti que é um ambiente muito fechado e quem entra, via de regra, é quem já tem uma trajetória acadêmica com pesquisas. Então aquele estudante ou aquela estudante que não teve essa trajetória completa percorrida, que é a realidade de muitos alunos e alunas, principalmente negros e negras, têm mais dificuldade de se inserir no ambiente acadêmico e acabam se formando e não retornando a faculdade”.

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  A necessidade do curso se evidencia quando se analisam os resultados de processos seletivos dos programas de Pós-Graduação UFG e se verifica que, mesmo após a adoção de cotas em 2015, a entrada de estudantes pretos, pardos e indígenas ainda representa uma pequena porcentagem.

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  Segundo a jornalista e coordenadora do curso preparatório, Mariza Fernandes, esse sistema de cotas não é muito eficaz para cursos de pós-graduação, pois o processo é composto por várias etapas, sendo as cotas aplicadas somente na última etapa do processo seletivo, dificultando a entrada de negros, pardos e indígenas.