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Amanda França

Propagandas conservam preconceitos sociais

As agências de publicidade, de forma geral, não abordam nas propagandas que produzem questões relacionadas à homossexualidade e a raça.  A justificativa dada é que fazer referência a assuntos em debate social pode causar a rejeição do produto pelo público consumidor e em consequência, a queda nas vendas.

                                              

A Psicóloga Isa Daher especializada em Psicologia do Consumidor, também atuante em uma agência publicitária de Goiânia, declarou que as equipes criadoras recebem de seus clientes a receita pronta das ideias que devem ser veiculadas sobre a empresa. “Em produções feitas para o SEBRAE, por exemplo, a entidade pede a diversidade de pessoas, mas quando os produtores se referem a várias pessoas, na verdade querem na peça um senhor,um negro,uma criança e um adulto branco".

 

Daher afirmou ainda que grandes concessionárias de carros, foco das campanhas da agência em que trabalha, não aceitam muito a presença de negros em seus anúncios."Se tiverem cinco negros e três brancos no casting da propaganda,os negros podem ser lindos, mas os produtores das peças publicitárias vão direto nos brancos".

 

E ela ainda acrescenta: "Porém se na peça for pedido um número maior de pessoas,um ou duas delas podem ser negras o que passa a ideia de de pluralidade.Uma família negra jamais é escalada para atuar em propagandas de carros, tanto é que a gente não vê isso".

 

Quanto à homossexualidade, a psicóloga também deixou claro que propagandas de escolas passam a concepção tradicional do mundo hetero. A ideia de que meninas gostam do rosa e meninos do azul é conservada pelos bons costumes da educação. Segundo Daher, as empresas por temerem a queda nas vendas, buscam resguardar o nome de suas marcas para que não sejam associadas a valores considerados negativos pela sociedade.

Cartaz de campanha da Skol

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