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Vinícius Paiva

Povos indígenas: enxergar e enaltecer

O Dia do Índio é comemorado em 19 de abril em todo o país desde 1943, sob o decreto lei 5.540, intitulado no Governo Vargas. Mas nem mesmo no próprio dia reservado para eles, os povos indígenas ganham a notoriedade necessária para terem suas culturas vistas e valorizadas pelos demais grupos da sociedade.

Apesar de a colonização por parte dos europeus terem destruído não só os povos indígenas fisicamente, mas também culturalmente, algumas crenças e costumes indígenas aparecem até hoje na cultura brasileira. Notoriamente, os índios influenciaram a língua, alguns nomes, a culinária, o folclore, e o uso de alguns objetos na vida de outros grupos étnicos.  

 

Educação

            De acordo com o Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, dentre as 125 instituições de educação pública no Brasil, apenas 63 contam com ações afirmativas em favor dos índios. Em números totais, a proporção é de um indígena para cada 500 universitários de outras etnias, além disso, a taxa de evasão chega a ser de 90%.

            O estudante indígena de Ciências Biológicas da UFG, Maykon Pepjaca Krikati (Povo Krikati do Maranhão), comentou que o maior obstáculo de um indío na Universidade é a compreensão da Língua Portuguesa. No Brasil, segundo o IBGE, existem 274 línguas indígenas, e o português é a segunda língua falada desses povos.

            O estudante ainda comentou que as culturas indígenas deveriam ter um espaço maior dentro das Universidades, visto que pouca parte dos estudantes tem conhecimento dessa grande diversidade cultural, e isso dificulta o convívio no ambiente acadêmico. Com fala de Krikati “a cultura indígena deveria ser melhor e mais trabalhada no Jardim de Infância, fundamental e médio, para todos compreenderem melhor os povos originários do Brasil”.

 

Cultura

Com o objetivo de fortalecer e resgatas a essência das culturas indígenas, está sendo exposta a mostra Lavras e Louvores no Museu Antropológico da UFG. A exposição apresenta além da cultura local, os principais objetos da cultura indígena encontrados no centro-oeste. Artigos artesanais tanto para sobrevivência quando decoração, vestimentas e artefatos para lutas estão disponíveis para visualização. 

O Professor da Faculdade de Direito da UFG, Fernando Antônio de Carvalho Dantas, viveu durantes anos com povos indígenas e declara que sua concepção de mundo vem das experiências com os povos indígenas. Outra dimensão importante dada pelo professor é a ideia de cultura como algo em movimento, e não estático; e para ele um grande prática dessa experiência, foi a vivência do tempo diferido.

 

Esquecimento

O professor Fernando Dantas ressalta o número de 200 povos indígenas viventes no país e que de nenhuma forma, essas populações devem cair no esquecimento. O grande número de povos significa duas centenas de organizações familiares, jurídicas, espirituais, políticas e linguísticas.  

A Antropóloga e pesquisadora da UFG, Mônica Pechincha, ressalta que a falta de reconhecimento dos indígenas e de suas culturas é proveniente dos antecedentes históricos do país. “As grandes tecnologias de informação usadas dentro da sociedade, além de serem bem vistas por alguns povos indígenas, serviriam também para o autor reconhecimento e divulgação das culturas deles”.

Foto: //Reprodução

Mesmo sendo quase 1 milhão de habitantes, os índios ainda são considerados “passado” pela população brasileira.

Produção de Texto Jornalístico

 

CURSO DE JORNALISMO

© 2016 por Elisama Ximenes, Nilton Rocha e Vinicius Pontes

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