
Maria Júlia Souza
PNL Conheça a (des)conhecida técnica de programação
A Programação Neurolinguística, também chamada de PNL, surgiu na Califórnia no início dos anos 70. Tem como criadores Richard Bandler e John Grinder e chegou ao Brasil em 1980. Segundo Bandler, “a Programação Neurolingüística é um processo educacional sobre como usar melhor o nosso cérebro”. Essa técnica é identificada por possuir um conjunto de ferramentas de resultados rápidos e eficientes. Deine Rafael dos Santos é um treinador em PNL e hipnose e faz parte dessa equipe de profissionais que vem ganhando espaço ao longo dos 35 anos no Brasil.
UFG: Segundo o site Golfinho, a PNL não é terapia e sim uma disciplina meta. O que seria uma disciplina meta e como a programação atua no cliente?
Deine Rafael dos Santos: Uma disciplina meta é um objeto de apoio a qualquer área. Tem por foco ajudar no alcance dos objetivos e da excelência que a pessoa deseja. Com a programação neurolinguística o indivíduo alcançará o seu propósito através da modelagem. Esse método se resume em entender o que uma pessoa faz para ter sucesso e copiar, porque se um consegue fazer bem feito, outros também conseguem.
UFG: A PNL pode ser utilizadas para questões que vão de dificuldade para estudar à depressão. Em que casos é recomendado procurar a programação no lugar de uma terapia?
Rafael: Quando uma pessoa quer resultados rápidos. Tanto para depressão quanto pânico, estresse e ansiedade, a programação tem ferramentas extremamente eficientes. A velocidade se deve ao fato da técnica não procurar saber as causas e sim a estrutura, a maneira como isso foi gravado na cabeça do cliente. Porém, após o exercício da programação, recomenda-se que a pessoa também procure uma terapia para assim organizar o que pode ter “restado” da fobia, pois, às vezes, o medo é só uma parte de um trauma maior.
UFG: A procura por profissionais e pelo ensino da PNL vem crescendo ao longo dos anos. Isso se deve, principalmente, a que fator?
Rafael: Primeiro, pela divulgação. Segundo, porque o coaching expandiu muito. Ele pode ser considerado como um derivado da programação e ganhando mais mercado, divulga a PNL. Terceiro, porque as pessoas vão percebendo os resultados que a programação neurolinguística traz.
UFG: Como é realizado o ensino da programação neurolinguística? Qualquer pessoa pode fazê-lo?
Rafael: O ensino da PNL é divido em três níveis. O primeiro é o de practitioner, no qual a pessoa vai poder praticar a programação na área que ela trabalhar e conseguirá lidar com o ambiente, comportamento e capacidades. O segundo, master ou master practitioner, a pessoa está capacitada para trabalhar com crenças limitantes, a identidade de cada um, o sistema que a envolve e também a “missão de mundo”, que é como você entende o meio, para que veio e qual a sua “missão” nele. O terceiro e último nível é o de trainers training. Neste, a pessoa aprende a treinar outros programadores. Sim, qualquer pessoa pode fazer a formação, mas é recomendado que seja maior de dezoito anos para poder exercer a PNL posteriormente.
UFG: Em quanto tempo é realizado o curso de ensino da PNL? E a programação no paciente?
Rafael: A parte de formação no nível practitioner é em torno de 100 a 120 horas, três a quatro finais de semana, ou de nove a doze dias, quando é um curso de imersão. No master em diante, em torno de noventa horas, três finais de semana ou nove dias seguidos. A parte de atendimento ao cliente depende do quadro que ele vai apresentar, mas geralmente é muito rápido, logo no primeiro exercício a pessoa já sente mudanças.
UFG: Qual o perfil mais comum de quem busca a PNL?
Rafael: Atualmente, quem mais procura são psicólogos querendo ferramentas que ajudem na parte terapêutica, profissionais na área de vendas, educação e treinamento para atletas visando trabalhar a motivação nos mesmos.
UFG: Hoje, passados trinta e cinco anos da vinda da PNL para o Brasil hoje ela é bem vista pela sociedade? Os profissionais ainda encontram o preconceito de serem taxados charlatões?
Rafael: Sim. Quando a programação veio para o Brasil, a sociedade pensava que era uma maneira de persuadir as pessoas, mas hoje em dia ela é muito bem vista no país. Como toda ferramenta, existem profissionais que utilizam dela de má-fé, mas, mesmo assim, a programação tem uma boa reputação. A respeito do charlatanismo, esse preconceito decaiu bastante, devido às pessoas perceberem a eficiência e seriedade da programação. Porém, algumas pessoas ainda tem algum receio devido à ligação da PNL com a hipnose.
UFG: No ensino da PNL tem alguma matéria ou curso relacionado à ética?
Rafael: Tecnicamente não tem dentro da grade de formação em PNL, mas praticamente todos os trainers colocam. Toda a parte de programação neurolinguística é ensinada por algum instituto credenciado. Esses locais já possuem o próprio código de ética e partilham com os participantes, principalmente porque a PNL vai ser usada para lidar com o ser humano e as emoções, e o profissional tem que saber respeitar isso.
UFG: A revista Galileu publicou em 2014 que os princípios da PNL foram testados por cientistas e determinou-se que não são válidos. Qual o seu posicionamento a respeito?
Rafael: Várias pessoas se posicionam dessa forma, porém, a programação neurolinguística se mantem nos resultados. Nós divulgamos os rendimentos que temos e são muitos, tanto que quem faz coaching, ferramenta que as pessoas mais acreditam trazer resultados hoje em dia, invariavelmente acaba fazendo programação. Agora, é impossível dizer que não tem validade uma ferramenta que foi baseada na gestalt, na hipnose ericksoniana, na terapia familiar sistêmica e em várias outras técnicas que já foram utilizadas em outras situações. As pessoas que falam da não validade fazem um generalização mal feita, baseada quase em senso comum. Basta pegar os resultados, nos quais a gente percebe uma mudança rápida e imediata na vida das pessoas. Para mim, é tranquilo dizer que a programação neurolinguística funciona sim, porque realmente temos essas informações.
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