O Centro Cultural Gustav Ritter, localizado no setor Campinas, em Goiânia, já é uma instituição antiga e conhecida na cidade. São oferecidas aulas de música, dança e teatro para adultos e crianças. Contudo, as atividades culturais realizadas no local, a preços acessíveis, ainda são pouco divulgadas. Para se tornar um aluno do Centro Cultural, é necessário apenas ser aprovado em um teste de aptidão.

 

O professor Ulysses Macário, supervisor da área de música, ressalta que esse tipo de atividade costuma ser menosprezada em relação a outros tipos de conhecimento, apesar dos benefícios que uma formação artística pode trazer a uma pessoa. “Eu já vi jovens entrarem aqui sem nenhuma perspectiva de vida e, depois que começaram a desenvolver uma atividade artística, passaram a estudar e trabalhar”.

 

O diferencial do lugar é a diversidade das pessoas que atende. “Aceitamos crianças desde os cinco anos e não temos uma idade limite, também oferecemos atividades para pessoas com deficiência, que geralmente não são assistidas em todos os lugares”, completa Macário. Além disso, de acordo com a instituição, o principal objetivo é fazer com que as pessoas desenvolvam suas habilidades artísticas e também desenvolvam processos terapêuticos.

 

O professor relata casos de alunos que eram usuário de drogas e, com o tempo, deixaram o vício para se dedicarem às aulas. Porém, isso ocorre em um processo lento e “a sociedade se tornou muito imediatista”, alerta Macário. O Centro Gustav Ritter tem potencial para ajudar muitas pessoas, mas faltam incentivos para que o local funcione perfeitamente.

 

Dificuldades

 

Em oposição aos serviços culturais que proporciona, o Centro Cultural enfrenta muitas dificuldades para manter-se. A verba arrecadada por meio das mensalidades não é, necessariamente, investida no próprio local. Os materiais necessários para o funcionamento do lugar demoram a chegar, o que provoca transtornos para os alunos e funcionários. Já chegou ao ponto de precisarem de uma resma de papel e não haver nenhuma disponível. Houve uma situação em que faltou água no prédio, por falta de pagamento, e os funcionários se viram obrigados a arrecadarem dinheiro entre si para comprar água.

 

Apesar de se dizer bastante satisfeito com o trabalho que realiza, Macário demonstra insatisfação com a forma que o local é tratado: “Aqui é um lugar fantástico de se trabalhar, mas os problemas são muitos, por exemplo, é muito complicado e demorado contratar ou trocar um professor”.

 

A história

 

O Centro Cultural Gustav Ritter foi fundado em 1988 com a intenção de ser um difusor de cultura. Instalado em uma antiga casa de padres, na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, a escola artística é uma unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás).

 

O local foi nomeado em homenagem ao professor Henning Gustav Ritter, artista plástico alemão naturalizado brasileiro. Reconhecido, principalmente, pela sua participação na fundação da Escola de Belas Artes em Goiás e pelo seu trabalho como professor e escultor. Após se mudar para Goiânia, Ritter influenciou o cenário artístico da cidade e é considerado um dos responsáveis por impulsionar o movimento artístico goiano.